A Petrobras divulgou que bateu recorde nacional no tempo de construção de um poço em águas profundas, alcançando a marca de 35 dias, no campo de Marlim, na Bacia de Campos. Para efeito de comparação, o recorde anterior no país foi de 44 dias, batido em 2021 no campo de Golfinho, na mesma bacia. Já em Marlim, a média histórica nos últimos 20 anos na construção de poços era de 93 dias, indicando uma redução de 63% nesse prazo.
Segundo informou a estatal nesta terça-feira, esse desempenho gerou economia de cerca de R$ 40 milhões para a companhia, considerando a redução de custos em despesas logísticas e no aluguel de sondas, cuja taxa diária gira em torno de R$ 1,5 milhão, além da redução de exposição dos trabalhadores ao risco.
O poço 7-MRL-233H-RJS integra o projeto de revitalização dos campos de Marlim e Voador e está localizado em lâmina d´água de 850 metros – equivalente à altura de 22 estátuas do Corcovado empilhadas -, a 150 km da costa. “Toda redução no prazo de construção de um poço é sinônimo de redução expressiva de custos e geração de valor, pois essa atividade equivale a cerca de 30% dos investimentos em Exploração e Produção”, avaliou o diretor de Desenvolvimento da Produção, João Henrique Rittershaussen.
Segundo ele, o resultado reflete, também, a aplicação de uma nova metodologia na seleção de configuração de poços – mais otimizada, eficiente e com resultados mais rápidos. O objetivo é reduzir o custo de construção de poços e otimizar o Valor Presente Líquido (VPL) para o projeto.
Revitalização
De acordo com a Petrobras, a construção desse poço faz parte do maior programa de recuperação de um ativo maduro em andamento na indústria offshore mundial: a revitalização dos campos de Marlim e Voador. Um campo é considerado maduro quando ultrapassou o ápice de sua produção. O projeto prevê a interligação de 75 poços e a instalação, em 2023, de duas plataformas do tipo FPSO (sistema flutuante de produção, armazenagem e transferência de petróleo), com capacidade de produzir, juntas, 150 mil barris de petróleo por dia (bpd).
“A expectativa é que Marlim represente um divisor de águas em projetos de recuperação de campos maduros de grande porte, abrindo caminho para a companhia investir em outras iniciativas similares. Mesmo depois de completar 30 anos de produção, o campo continua se renovando e trazendo novas oportunidades para a companhia”, concluiu o diretor Rittershaussen.
Com operação iniciada em 1991, Marlim é o ativo brasileiro com maior produção acumulada, com quase 3 bilhões de barris de petróleo equivalente, e o primeiro projeto da Petrobras a receber o prêmio concedido pela Offshore Tecnology Conference (OTC) – considerado o Oscar da indústria mundial –, em 1992, pelo conjunto de tecnologias inovadoras aplicadas no campo.
Fonte: https://monitormercantil.com.br/petrobras-recorde-nacional-em-tempo-de-construcao-de-poco-offshore/